João Cabral de Melo Neto - Duas bananas & a bananeira Text

Songtext zu Duas bananas & a bananeira


. . . . . . A Rodolpho G. de Souza Dantas

Entre a caatinga tolhida e raquítica,
entre uma vegetação ruim, de orfanato:
no mais alto, o mandacaru se edifica
a torre gigante e de braço levantado;
quem o depara, nessas chãs atrofiadas,
pensa que ele nasceu ali por acaso;
mas ele dá nativo ali, e daí fazer-se
assim alto e com o braço para o alto;
Para que, por encima no mato anêmico,
desde o país eugênico além das chãs,
se veja a banana que ele, mandacaru,

dá em nome da caatinga anã e irmã.

*
A bananeira dá, luzidia de contente
Nos fundos de quintal, com despejos
Com monturos de lixo: fogueira fria
E sem fumo, mas fumegando mau cheiro;
E mais daria se o dicionário omitisse,
Banana, gesto de rebeldia e indecente;
Se além da banana fruta,
Registrasse banana
Coisa sem espinhaço somente.
Daí a bananeira dobrar como impotente
A ereção do mangará de crua macheza;
E daí conceber as bananas sem caroços
Fácil de despir com carne de rameira.

. . . Nordeste (A) - 1

João Cabral de Melo Neto - Duas bananas & a bananeira Songtext

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