Grupo Folclórico de Faro - Baile Mandado Text

Songtext zu Baile Mandado

Está uma roda parada
À voz do mandador
Mas agora cheguei eu
Siga a roda com valor

À direita andou
E ninguém se enganou

À esquerda desandou

Baile de roda bem mandado
Não vai só no tocador
Vai também no pateado

E na voz do mandador

Ó menina, quer comprar
O que eu tenho pra vender?
Um boneco pequenino
Que arrebenta com comer!

Preparar, preparar
Palminhas, mãos ao ar!

As palminhas bem estaladinhas

Palminhas, acabou
E ninguém se enganou
E a roda formou

Devagar, devagar
Faça frente com o par

Puladinho, todo o mundo
Quem navega, vai ao fundo

Meia volta puladinha
Vamos dar uma voltinha

Devagar, devagar
Ninguém dobra sem mandar
E em frente segue o par

Ontem à noite à meia noite
Uma menina mais eu
Era nova e não sabia
Todo o trabalho foi meu!

Meia volta com o par
Torna tudo ao seu lugar
Devagar, devagar
Ninguém dobra sem mandar
E em frente segue o par

Ai que susto, mano Augusto!
Que foi isso tia Luísa
Qualquer coisa que me pica
Cá debaixo da camisa!

Meia volta puladinha
Vamos dar outra voltinha

Devagar, devagar
Ninguém dobra sem mandar
E em frente segue o par

Fui à serra armar um laço
Para apanhar uma perdiz
Apanhei uma serrenha
Pela ponta do nariz

Meia volta com o par
Torne tudo ao seu lugar
Tudo certo puladinho
Puladinho chega bem
Dá-lhe agora um abracinho
Ninguém viu, não viu ninguém!

Vá brincando e vá pulando
Quem tem cu vai bandeando
Quem não tem fica enjoado
Toda a moça que é catita
Gosta sempre de ir bricando

Preparar, preparar
Palminhas, mãos ao ar!

Palminhas acabou
E ninguém se enganou
E a roda formou

Eh rapazes,
Vejam lá se são capazes
De um enleio formar
Eu contigo quero figos
Eu contigo quero passas
Eu quero fazer contigo
Mas eu quero que tu me faças!

Eu contigo quero figos
Eu contigo quero ameixas
Eu quero fazer contigo
Mas eu que que tu te mexas!

Um lagarto pintado
Da cabeça até ao rabo
Fujam moças, fujam moças
Que o lagarto é o diabo!

Certo
E ao contrário colocar

Margarida foi à fonte
Com sapatinhos de lona
Escorregou partiu a bilha
Espetou os cacos na… na testa!...

Nem por isso gosto menos
Duma mulher que se pinta
São como os chocos pequenos
Comem-se mesmo com tinta!

A saudade da amêijoa
A paixão do berbigão
E o beijo duma conquilha
Faz estender o lingueirão

Maria, vê se te ajeitas
Com essas meias modernas
Essas meias que são feitas
Da pele das próprias pernas!

Preparar, preparar
E essas moças vão pró ar
E nos braços vão sentar

Vai ao ar ti Jaquina
Tem cabelos na buzina
E china que ela fosse
Tem cabelos e acabou-se

Ponha a moça no lugar
Palminhas, mãos ao ar

Palminhas, acabou
E ninguém se enganou
E a roda formou
À direita andou
E em passeio a levou

Um copinho, dois copinhos
Três copinhos de águardente
E as moças cá da Nazaré
Fazem andar a gente quente!

Um copinho, dois copinhos
Três copinhos de licor
Dou-te uma foirada
Faço-te perder esse calor!

Certo

E estas meninas de agora
Que não querem senão casar
Vão pôr a panela ao lume
Nem a volta lhe sabem dar

Faça frente com o par
Puladinho, todo o mundo
Quem navega vai ao fundo!
Meia volta puladinha
Vamos dar uma voltinha

Devagar, devagarinho
Lá debaixo do arquinho
Pra passar o passarinho

Lá vem o zé dos nabos!
Com trezentos mil diabos
E o seu burrinho coxo
E a moça que é brejeira
Disse-lhe por brincadeira
Que o seu nabo era roxo
E ele respondeu-lhe:
Ó menina, lá debaixo do meu balcão
Tenho um nabo bem taludo
Pra panela do patroa
Se ela for uma moça boa
Vai cabeça, rama e tudo!

Certas viúvas discretas
De luro pesado em cima
Lembam cachos de uvas pretas
A pedir outra vindima

Se ela é bonita e nova
Não tem nada que enganar
Mal o homem desce à cova
Já está outro em seu lugar

Certo

Toda a moça que é bonita
Se ela chora, se ela grita
Nunca houvera de nascer
É como a pera madura
Na quinta do padre cura
Todos a querem comer!

Paulino sem lino é pau
Paulino sem lino é pau
Tira-se o pau ao paulino
Fica o Paulino sem pau

Minha avó tem uma abóbora
Com uma talhada de menos
Meu avô tem um pepino
E não é dos mais pequenos

Se eu tivesse a liberdade
Que a pulga tem no lençol
Apalpava as moças todas
Esta é dura, aquela é mole

Vá brincando e vá pulando
Puladinho tudo certo

Preparar, preparar
Palminhas, mãos ao ar
Vamos todos atuar
Alinhem moços

Palminhas, acabou
E ninguém se enganou
Tudo parou

Ora zus, zus,
E ora zás, zás, zás
Ora chega, chega, chega
Ora arreda lá pra trás

Um arado foi buscar
Três moinhos fez andar
Um desmancha e outro faz

Brinca a moça com o rapaz
E o rapaz com a rapariga
Dá-lhe um toque na barriga
Dá-lhe um toque mais abaixo
Dá-me a tua pintassilga
Pra brincar com o meu cartaxo

Bailem moços, bailem moças
Arrebentem com os ossos
Não se fartem com bailar
Cada qual com o seu par
Que eu cá tenho a minha Bia
Que é rija como o demónio
E até diz para o do harmónio
Toca o fole, ó Zé Maria!
Bailem moços, bailem moças
Façam como a minha Bia

E em frente começou
E ninguém se enganou
Tudo certo, devagar
Palminhas, mãos ao ar
É até o baile acabar
Palminhas acabou
E o baile da roda terminou

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